sábado, 29 de dezembro de 2007

Não confundas...

Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.

Antoine de Saint-Exupéry, in 'Cidadela'

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Eu Apenas Queria Que Você Soubesse

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

- Gonzaguinha -

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Vésperas de Natal

A gente percebe que o Natal está chegando quando andamos pela cidade e começamos a ver os enfeites comemorativos. São milhões de luzes coloridas, árvores decoradas, neve de algodão e isopor em pleno verão e muitos papais-noéis pelas ruas. Se os adultos já ficam fascinados com tanta beleza, as crianças então não cabem em si de contentamento e euforia, aguardando a chegada do grande dia.
Natal: época de alegria, confraternização e magia. Data em que a família se reúne em torno de uma mesa para contar histórias, lembrar de momentos engraçados ou apenas estar entre as pessoas queridas.
É a data mais importante do calendário cristão, quando é celebrado o nascimento do Menino Jesus.
Mas quando falamos sobre Natal, lembramos de histórias, contos e tradições, que até hoje são transmitidas de geração a geração. Como:

PAPAI NOEL
Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.
Foi transformado em santo (São Nicolau) após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.
A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.
Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom. Porém, em 1881, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o bom velhinho com uma roupa, também de inverno, nas cores vermelha e branca (as cores do refrigerante) e com um garro vermelho com pompom branco. A campanha publicitária fez um grande sucesso e a nova imagem do Papai Noel espalhou-se rapidamente pelo mundo.
Atualmente, a figura do Papai Noel está presente na vida das crianças de todo mundo, principalmente durantes as festas natalinas. É o bom velhinho de barbas brancas e roupa vermelha que, na véspera do Natal, traz presentes para as crianças que foram obedientes e se comportaram bem durante o ano. Ele habita o Pólo Norte e, com seu trenó, puxado por renas, traz a alegria para as famílias durante as festas natalinas. Como dizem: Natal sem Papai Noel não é mesma coisa.

SINOS
Acredita-se que o som das badaladas dos sinos espantem todas as coisas ruins e atraiam boa sorte e alegria.

GUIRLANDA
Representa a presença do Menino Jesus na casa. Normalmente é colocada na porta de entrada dos lares, deixando visível que aquela casa esta protegida.

ÁRVORE DE NATAL
Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período.
Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.
Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram moram na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois, além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança.

PRESEPIO
Representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII. As músicas de Natal também fazem parte desta linda festa.

CANÇÕES DE NATAL
A mais popular das músicas da noite de Natal, “Noite Feliz”, foi criada pelo padre Joseph Franz Mohr e pelo professor Franz Xavier Grueber. A letra veio da inspiração do padre, em uma noite estrelada, que ficou imaginando como teria sido a noite em Belém, quando Jesus nasceu. Escreveu a letra em forma de poema, uniu a melodia presenteada pelo compositor Grueber e utilizou-a na Missa do Galo de 1818. Hoje, “Noite Feliz” é cantada em inúmeros idiomas.
Noite Feliz

Noite feliz! Noite feliz!
Oh Senhor, Deus de Amor,
Pobrezinho nasceu em Belém.
Eis na lapa Jesus, nosso bem.
Dorme em paz, oh Jesus!
Dorme em paz, oh Jesus!
Noite feliz! Noite feliz!
Eis que no ar vêm cantar
Aos pastores
Os anjos do céu
Anunciando
A chegada de Deus,
De Jesus Salvador!
(BIS)
Noite feliz! Noite feliz!
Oh! Jesus, Deus da Luz,
Quão amável é teu coração
Que quiseste nascer
Nosso irmão
E a nós todos salvar.
E a nós todos salvar!


Frase do dia:
"Amai-vos uns aos outros assim como vos amei". - Jesus Cristo

domingo, 23 de dezembro de 2007

Aprendendo

Aprendi ...
Que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.
Que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.
Que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.
Que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando.
Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida.
Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.
Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.
Que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles.
Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem.
Que perdoar exige muita prática.
Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso.
Que nos momentos mais difíceis a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas.
Que posso ficar furiosa, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel.
Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.
Que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso.
Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro.
Que não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.
Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto.
Que numa briga eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver.
Que quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem.
Que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes.
Que diplomas na parede não fazem mais respeitável ou mais sábio.
Que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério.
Que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre.
Afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.

- Charles Chaplin - Adaptado!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

A ELEGÂNCIA NO COMPORTAMENTO

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara : a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer...

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

É elegante o silêncio, diante de uma rejeição....

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza; atitudes gentis falam mais que mil imagens...

Abrir a porta para alguém? É muito elegante.

Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante.

Sorrir, sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...

Oferecer ajuda? Muito elegante.

Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesma a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe: não é frescura.

-Martha Medeiros-

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Momentos na vida

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram, para aqueles que se machucam, para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector

Hipocrisia

Pensa que eu
não sei
que você disse
o que não
quis
eu respondi o
que pensava
que você
queria ouvir
Pensa que eu
não vi
o que todo
mundo viu
Faz de conta
que só eu não
percebi que
era melhor
fazer de conta
que o que eu
vi não existiu
Isso é mera
hipocrisia
É falsa
devoção
É triste alegria
Fingimento de
emoção
Isso é mera
hipocrisia
Afetação de
uma virtude
É desvio de
sentimento
Negação de
juventude
Que impregna
com o tempo
O que eu senti
Não era falso
ou ilusão
Mas às vezes
é melhor
Subverter
uma emoção
Que põe tudo
a perder
e põe tudo
a perder
Mesmo que se
perca a noção
do que é
verdade, o
que é mentira
Mesmo que
nebuloso
quem é o fiel,
quem o traira
Olhou mas
fez que não
Quis,
negaceou
Cedeu,
os olhos
reprovaram
O que queria
e não provou
Deu licença
e educação
(em nome
do que acha
educado)
Mas a
verdade,que
importa,
ficou trancada
do outro lado.

(Luiz Gayotto)

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Reflexão Sobre a Reflexão

Bem... como já esta tarde e eu estou cansada de pensar em algo para postar nesse simples blog, farei das palavras de Millôr Fernandes as minhas !!! huahahauhahuahaaa

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Terrível é o pensar.
Eu penso tanto
E me canso tanto com meu pensamento
Que às vezes penso em não pensar jamais.
Mas isto requer ser bem pensado
Pois se penso demais
Acabo despensando tudo que pensava antes
E se não penso
Fico pensando nisso o tempo todo.

domingo, 16 de dezembro de 2007

O poder do celebro

Leia rápido!

De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não
ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa
iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo.
O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem
pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a
plravaa cmoo um tdoo.

Sohw de bloa.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Oscar Niemeyer

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares, completa hoje 100 anos de vida. Arquiteto considerado um dos maiores expoentes do movimento moderno da América Latina. Produziu cerca de 500 projetos. Em 1988, ganhou o prêmio máximo da arquitetura mundial, o Pritzker.

Criou prédios que poderiam ser considerados esculturas, entre eles:
- Palácio da Alvorada, o Congresso Nacional, a Catedral, Palácio do Planalto (Brasília)
- O museu de Arte Contemporânea (Niterói)
- O Edifício Copan (São Paulo)
- o Conjunto da Pampulha (Belo Horizonte)
http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/2043_niemeyer/index.shtml

Suas idéias revolucionaram a arquitetura e ainda hoje geram polêmica. Segundo Niemeyer, a arquitetura não tem que ser funcional, mas bela. E assim ele fez. “Faço arquitetura que me agrada, uma arquitetura ligada às minhas raízes e ao meu país”, disse em seu livro de frases “Traço, palavra, forma”.

Seu maior crítico é ele mesmo. Quando lhe perguntam se, caso pudesse voltar atrás no tempo, faria algo diferente do que fez, ele diz: "Muitas coisas. É tolice dizer que as coisas são imutáveis. Tudo pode ser mudado. Só aquilo no qual acredito e certas convicções permanecem as mesmas."

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Nobel - Luis Fernando Verissimo

No livro, As mentiras que os homens contam, de Luis Fernando Verissimo, reúne 41 histórias, algumas inéditas. O leitor certamente vai se lembrar de algumas situações parecidas que ocorreram em sua vida. Quem nunca se deparou com um estranho na rua com a constrangedora pergunta: "Lembra de mim?" E você, mesmo sem saber de quem se trata, responde: "Claro." E, aí, tenta ganhar tempo e mais algumas dicas para decifrar a identidade do inconveniente sujeito. Quem nunca inventou, para a mãe, uma dor ou mal-estar pra fugir de um dia de aula? Quem nunca usou o trânsito para justificar o atraso a um compromisso? Afinal, quem nunca contou uma mentira que atire a primeira pedra. Ou então se junte a essa deliciosa galeria de mentirosos inventados por Verissimo. Vale a pena conferir!!

Deixo aqui, um pedacinho do livro, quem sabe isso não incentiva. Trata-se do conto "Nobel".

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Nobel

- Viu quem ganhou o Nobel de Literatura?
- Quem?
- Este nem você conhece.
- Quem é?
- Um tal de Roger Paillac. Ninguém conhece.
- O Roger Paillac?
- Vai dizer que você conhece?
- Conheço. Mas jamais pensei que ele pudesse ganhar o...
- Espera um pouquinho. Você conhece o Roger Paillac?!
- Escuta aqui. Só porque você não conhece, não quer dizer que ele seja
desconhecido.
- Mas todo mundo com quem eu falei, até agora, conhece ele menos do que
eu.
- Ora, todo mundo. É preciso ter um mínimo de informação, certo, não é
um autor popular. Mesmo na França deve ter muita gente que não conhece.
- Mas você conhece o Marcel Paillac.
- Roger Paillac. Conheço. O que é que eu vou fazer? Conheço.
- É poeta, é?
- Parece que fez poesia também.
- O que você leu dele?
- Lembro de um conto. Uma espécie de conto. Uma coisa assim, meio
impressionista. Não me impressionou muito. Nunca entendi muito bem a
reputação dele com a nova crítica.
- Não foi ele que escreveu Les oiseaux colerique?
- Não, não. Não tem nada a ver.
- É mesmo. Aquele é o Fouchard de Brest. Quer dizer que o Jean-Louis
Paillac...
- Roger Paillac.
- Jean-Louis.
- Roger.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Pois não é Jean-Louis nem Jean-Paul, nem Roger, nem Marcel.
- Como, não é?
- Eu inventei o nome. O Roger Paillac não ganhou prêmio Nobel e nunca
vai ganhar porque não existe.
(Silêncio.)
- Rá. Te ganhei.
(Silêncio.)
- Escuta. Você... Eu... Era brincadeira... ESPERA! (Sons de briga. Alguém
sendo esgoelado.)
- Socorro! Au secour! Soc.
(Silêncio.)

A raposa - Pequeno príncipe

Então para começar, escolhi um texto extraído do livro pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry. Esse livro e tido como para crianças, quanto na verdade não é apenas para elas. É muito bonito e a mensagem é maravilhosa, quem vier que leia o trecho e tire suas conclusões. Quem não perceber nada, não se desespere, afinal nem todos sabem de jibóias abertas e fechadas...

Se quiser ler pela Internet,veja no site: http://www.mayrink.g12.br/pp/Cap00.htm

Assim, deixarei um trechinho do livro, para você pensar sobre o assunto. Onde em sua passagem, a raposa ensina ao Pequeno Príncipe a importante lição de que as coisas só ganham sentido quando se conhece a amizade. O Pequeno Príncipe compreende que apesar de o mundo ter milhares de rosas, a rosa de seu planeta era única, pois somente ela era mantenedora de seu amor, de seu afeto.

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"E foi então que apareceu a raposa:

- Bom dia! - disse a raposa.
- Bom dia! -respondeu educadamente o pequeno príncipe, que, olhando a sua volta,nada viu.
- Eu estou aqui. - disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. -Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa.
- Vem brincar comigo - propôs ele. - Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa - disse o principezinho. - Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?
- Procuro os homens - disse o pequeno príncipe. - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
- Não - disse o príncipe. - Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. - Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente - disse a raposa. - Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas,se tu me cativas,nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender - disse o pequeno príncipe.
- Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível - disse a raposa. - Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra - disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada: - Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito - suspirou a raposa. - Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos
os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe,os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste!Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... - Por favor ... cativa-me! disse ela.
- Eu até gostaria - disse o principezinho – ,mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer?- perguntou o pequeno príncipe.
- É preciso ser paciente - respondeu a raposa - Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...

No dia seguinte o príncipe voltou.
- Teria sido melhor se voltasses à mesma hora - disse a raposa. - Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então,estarei inquieta e agitada:descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.
- Que é um "ritual"? - perguntou o principezinho
- É uma coisa muito esquecida também - disse a raposa - É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora,das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adotam um ritual. Dançam na quinta feira com as moças da aldeia. A quinta feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais,e eu nunca teria férias!

Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah!Eu vou chorar.
- A culpa é tua - disse o principezinho. - Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis - disse a raposa.
- Então não terás ganho nada!
- Terei, sim - disse a raposa - por causa da cor do trigo. Vai rever as rosas. Assim, compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.

O pequeno príncipe foi rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou,nem cativastes ninguém. Sois como era minha a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.
As rosa ficaram desapontadas.
- Sois belas, mas vazias - continuou ele, - Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é,porém,mais importante que todas vós,pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se,ou mesmo calar-se algumas vezes.Já que ela é a minha rosa.

E voltou, então à raposa:
- Adeus... - disse ele.
- Adeus - disse a raposa. - Eis o meu segredo. É muito simples: Só se vê bem com o coração.
"Só se vê bem com o coração" - repetiu o principazinho, para não esquecer.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... -repetiu ele,para não se esquecer.
- Os homens esquecem essa verdade - disse ainda a raposa. - Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa... - repetiu o principezinho, para não se esquecer. "